Cartas, aerogramas e cartões-postais enviados e recebidos por cientistas perseguidos pela ditadura militar (1964-1985) no Brasil revelam uma faceta íntima, informal e reflexiva de como muitos deles enfrentaram a interrupção de suas vidas profissionais, a cassação e o exílio. A análise desse material – cujo foco aqui é a troca de correspondência, por cerca de uma década, entre dois renomados pesquisadores brasileiros – se mostra um testemunho vivo dos impactos individuais e coletivos causados pela repressão a partir do golpe civil-militar de 1964.