Nanoguia

Mistura de água e óleo
Na superfície da mistura de água com óleo, forma-se uma camada cuja tonalidade lembra o arco-íris. Esse efeito ótico se deve à presença de nanoestruturas que interagem com a luz. (foto: Flickr/ faceless b – CC BY 2.0)

Você já parou para pensar por que, ao misturarmos água com óleo, observamos na superfície dessa mistura uma espécie de arco-íris? Ou, ainda, como a lagartixa consegue andar de cabeça para baixo? Esses são apenas alguns fenômenos cujas explicações se encontram no mundo nanométrico.

No caso da mistura água e óleo, nanoestruturas presentes nessas substâncias interagem com a luz, provocando um efeito ótico em que a cor muda de acordo com o ângulo de observação ou iluminação. Já as lagartixas contam com nanoventosas que lhes garantem adesão a diferentes superfícies.

Apesar de as nanoestruturas e mesmo as nanotecnologias fazerem parte do nosso cotidiano, esses temas não costumam ser explicados por aí. Ou não costumavam ser…

Uma cartilha sobre o tema se propõe a abrir as cortinas do “nanouniverso”. Dividida em capítulos e de forma simples, ela aborda desde aspectos da escala nanométrica – com exemplos curiosos como os que abrem este texto – até os processos de incorporação dessa nova tecnologia pelo setor produtivo, suas potencialidades e desafios.

“Têm sido observadas várias ações que fazem a conexão entre nanotecnologia, sustentabilidade e mudanças climáticas”, diz o texto sobre esse tema.

Cápsulas de medicamentos
O setor de fármacos é um dos que mais se destaca no lançamento de produtos nanotecnológicos. (foto: Wikimedia Commons/ Shorelander – CC BY-SA 3.0)

Em outro trecho, destaca-se: “Um detalhamento dos dados do projeto PEN (Projeto sobre Nanotecnologias Emergentes) mostra que a categoria onde aparecem mais produtos [que contêm ou são obtidos por nanotecnologia] é a ‘Saúde e Fitness’ […]: vestuário, cosméticos, filtros, cuidados pessoais, artigos esportivos e protetores solares.”

O material, disponível na internet, é fruto da consultoria do professor Oswaldo Luiz Alves, do Instituto de Química da Unicamp, para a área de nanotecnologia da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. O órgão é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

“A cartilha é destinada ao grande público, incluindo empresários e demais interessados em tecnologia”, diz Alves. “Em sua parte final, há ainda uma bibliografia mais ampla para aqueles que desejarem se aprofundar no assunto.”

Carolina Drago

Ciência Hoje On-line