Arte com rigor científico

O cuiú-cuiú ( Pionopsitta pileata ) vive na mata atlântica de altitude do sul da BA ao Paraguai. Atualmente, só há exemplares nos estados de SP e RJ. A cabeça do macho é vermelha e a da fêmea, verde (imagens: Ângela Leite)

A caça predatória e o desmatamento estão colocando diversas espécies de araras e papagaios em risco de extinção. Numa tentativa de reverter esse quadro, a artista plástica Ângela Leite fez trabalhos que retratam com rigor científico o comportamento e o hábitat das espécies em perigo. O objetivo é divulgar essas espécies para o público leigo e conscientizá-los da riqueza ameaçada.

Os doze desenhos e xilogravuras contaram com a consultoria científica do ornitólogo Luís Fábio Silveira, da Universidade de São Paulo (USP). Esse casamento entre arte e ciência surgiu há cerca de quatro anos. “Leite me procurou para saber os hábitos alimentares dos psitacídeos, família de aves que inclui araras, papagaios e periquitos”, conta Silveira. “Ela procurava informações sobre os lugares onde essas aves fazem ninho, em que palmeiras dormem e em quais fazem o descanso diurno.”

Os psitacídeos têm uma estreita relação com as palmeiras. Nessas árvores, eles fazem seus ninhos e se alimentam dos coquinhos, que têm alto teor de gordura. “A arara-azul-de-lear, por exemplo, é muito ligada ao licuri”, explica Silveira. “A devastação dessa palmeira contribui para o desaparecimento da ave.”

Segundo Leite, a série Pindorama – terra de papagaios pretende mostrar a profusão de cores, a alegria dos papagaios e cor exuberante das palmeiras. Clique nas imagens abaixo para conferir algumas amostras e conhecer detalhes sobre as espécies retratadas.

Sabiá-cica Papagaio-moleiro Arara-azul-de-lear Papagaio-galego Papagaio-de-cara-roxa Guaruba

Eliana Pegorim
Ciência Hoje On-line
18/08/04