Aventuras nanoscópicas

 

Uma das atividades da NanoAventura consiste em simular a montagem de um nanocircuito (fotos: Nelson Chinalia/LNLS)

 

Como explicar a visualização e manipulação de átomos e moléculas que existem apenas em escala nanométrica? (Um nanômetro corresponde a um bilionésimo de metro.) A manipulação dessas estruturas é a base de um dos mais promissores campos de pesquisa do século 21: a nanociência, que promete o desenvolvimento de novas aplicações e materiais.
 
Entender as noções associadas a esse campo de pesquisa pode ser uma tarefa árdua, dada a estranheza de se conceber um tamanho tão ínfimo. Para auxiliar essa compreensão, pesquisadores do Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) tiveram a idéia de criar a NanoAventura, um espaço lúdico interativo e itinerante com o propósito de despertar a curiosidade do público sobre esse ramo científico.
 
A iniciativa surgiu há dois anos, a partir da proposta do físico Cylon Gonçalves da Silva de criar um projeto de divulgação para a nanociência e da intenção da Unicamp de construir um museu de ciências. Com o apoio da prefeitura de Campinas (SP) e do Instituto Sangari, o projeto contou com a participação de uma equipe multidisciplinar, que envolveu pesquisadores de diversas áreas, jornalistas, arquitetos e designers . “Inauguramos a NanoAventura no dia 4 de abril, em Campinas, mas no dia seguinte já estávamos desmontando tudo para irmos para o Congresso Mundial de Centros de Ciência, no Rio de Janeiro”, conta o físico da Unicamp Marcelo Knobel, coordenador do projeto.
 

Os participantes da NanoAvnetura tomam parte em quatro jogos eletrônicos. No primeiro plano, eles simulam a cura de uma célula doente com a ajuda de nanopartículas

Voltada para o público jovem, a NanoAventura consiste em sessões de aproximadamente uma hora para 48 pessoas divididas em quatro grupos de 12. Nesse período, os participantes assistem a um vídeo introdutório que explica os conceitos da área e tomam parte em quatro jogos eletrônicos. O primeiro é um passeio virtual pelos laboratórios da Unicamp e pelo LNLS. No segundo, eles têm que curar uma célula doente com a ajuda de nanopartículas. Já no terceiro e no quarto jogos, o objetivo é montar um nanocircuito e limpar uma superfície nanoscópica, respectivamente.

 
“Além dos jogos, também preparamos material didático e oficinas para os professores, de maneira a complementar a experiência e permitir que os conceitos sejam levados para a sala de aula”, explica Knobel. Ele acrescenta que o grupo pretende agora viajar mais com a NanoAventura para otimizá-la e adquirir mais experiência. Segundo o físico, no futuro, a idéia é adaptar o molde para outros públicos e outras áreas.
 
A tenda da NanoAventura, que ocupa uma área de 240 m 2 , será reinaugurada no Parque Taquaral, em Campinas, no dia 10 de maio. Durante a semana, ela será dedicada exclusivamente a visitas de escolas. Já nos fins de semana, o projeto será aberto ao público. Para os estudantes da rede pública, a entrada será franca. O preço do ingresso para o público pagante deve girar em torno de R$ 10. Knobel informa que a NanoAventura pode ir para Recife (PE) em julho ou agosto, e depois seguir para Brasília (DF), mas isso vai depender de recursos. Posteriormente, a tenda volta para Campinas, onde fica até o fim do ano.
 

Para mais informações, visite www.nanoaventura.org.br

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Fred Furtado
Ciência Hoje On-line
03/05/05