Alunos das escolas públicas do Rio de Janeiro encararam, pela terceira vez, o desafio proposto pelo Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE), em parceria com a secretaria municipal de educação. Os cerca de 15 mil estudantes atendidos no Rio este ano pelo programa do ICH deixaram-se levar pela imaginação para desenvolver, ao longo de 2012, projetos de ciência que retratassem suas realidades e abordassem questões científicas atuais e importantes. Os melhores trabalhos produzidos no âmbito da iniciativa foram apresentados ontem (24/9), na III Mostra Municipal do PCHAE no Rio.

O tema escolhido para este ano, ‘Aventure-se Rio’, propôs uma exploração dos espaços urbanos e dos ambientes do dia a dia dos participantes. Num ano marcado pela realização da Rio+20 na cidade, o meio ambiente e a sustentabilidade se tornaram referências importantes para o desenvolvimento dos trabalhos, que deveriam utilizar como ferramenta o método científico aplicado em experiências fora da sala de aula.

Os 60 trabalhos montados no Centro de Convenções Sulamérica foram escolhidos de um total de quase 600, apresentados em mostras realizadas pela cidade.

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A variedade dos projetos impressionou: os alunos criaram experiências, maquetes e instalações retratando suas escolas, parques, pontes, prédios e locais históricos, estações de tratamento de água e esgoto, vulcões e até uma máquina do tempo.

Em um passeio pelos estandes, era possível ouvir empolgadas explicações sobre poluição, efeito estufa, reflorestamento, agricultura orgânica, fontes de energia renováveis, reciclagem e muitos outros temas, além de diversas propostas para uma cidade mais sustentável.

Uma base sólida de ciência

Este é o terceiro ano consecutivo que a mostra é realizada. O PCHAE atendeu, nesse período, cerca de 40 mil crianças no município. Em 2012, cerca de 17 mil assinaturas da revista Ciência Hoje das Crianças estão sendo distribuídas para os estudantes do 5º ano (e turmas de realfabetização do 6º ano) da rede municipal.

A publicação é trabalhada em sala de aula e, depois, os estudantes podem levar as revistas para casa – onde acabam atuando, eles mesmos, como divulgadores da ciência em sua família e comunidade.

A subsecretária de educação do município, Helena Bomeny, destacou a crescente qualidade dos trabalhos, além da mobilização e do comprometimento cada vez maior de estudantes e professores. “É uma grande oportunidade para esses jovens pensarem sobre a realidade dos locais onde vivem e sobre como podem mudar esse ambiente, para criar uma cidade mais sustentável”, avaliou. “A parceria com o Instituto Ciência Hoje permite que os alunos tenham uma base mais sólida, saiam mais preparados para os próximos ciclos de ensino e pode ajudar a formar nossos futuros cientistas.”

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Além de oportunidade para os alunos, o PCHAE também é importante para a formação dos cerca de 300 professores que integram a parceria no município. Além de receberem uma assinatura da CHC, eles passam por um curso de capacitação para usar a publicação em sala de aula. “Trabalhamos com o quinto ano, com professores generalistas, que têm possibilidade de se envolver mais com o projeto”, afirmou Bomeny. “A iniciativa representa, assim, uma oportunidade para que o professor aprimore cada vez mais seu conhecimento e suas práticas de ensino.” 

Para comemorar o sucesso da parceria, a subsecretária cita um exemplo de como ela tem mudado a relação dos estudantes com a ciência e as questões nas quais a sociedade se engaja. “O trabalho mobilizou as crianças, por exemplo, para o debate sobre meio ambiente e sustentabilidade que aconteceu na Rio+20; elas deram um show na conferência”, afirmou. “A parceria com o PCHAE tem sido determinante para esse processo de formação e conscientização dos jovens da cidade.”

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Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line