Ciência que dá samba

No final de outubro, a quadra da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, na zona oeste do Rio de Janeiro, foi palco de samba, como de costume, mas também de muita ciência. A IV Mostra Municipal do Projeto Ciência Hoje de Apoio à Educação das Crianças no Rio de Janeiro reuniu cerca de 1.600 estudantes da rede pública municipal carioca para a apresentação dos trabalhos de maior destaque realizados no âmbito da parceria do Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE) com a prefeitura do Rio de Janeiro.

No ano de 2013, o programa abrangeu doze casas de alfabetização (com alunos do primeiro, segundo e terceiro anos) e turmas do quarto e quinto anos, além de algumas do sexto.

Mais de 38 mil alunos receberam, todos os meses, exemplares da revista Ciência Hoje das Crianças, que foram trabalhados em sala de aula

No total, mais de 38 mil alunos receberam, todos os meses, exemplares da revista Ciência Hoje das Crianças, que foram trabalhados em sala de aula e depois passaram a integrar as bibliotecas pessoais dos jovens e de suas famílias, em casa – fazendo dos próprios jovens divulgadores da ciência em sua comunidade. Desde o início da parceria, em 2010, cerca de 80 mil estudantes já foram beneficiados.

“A ideia é aproximar o saber científico das outras áreas de conhecimento e do cotidiano dos jovens, preparando-os para que desenvolvam um pensamento crítico e para que vivam num mundo em que a matriz científico-tecnológica está muito presente”, afirma Maria Del Carmen Chude, diretora pedagógica do PCHAE.  “O trabalho pioneiro com as casas de alfabetização é também muito interessante, pois incorpora o texto científico entre as leituras dessas crianças que estão começando a aprender a ler”, afirma Ana Cristian Veneno, gerente de ensino fundamental da Secretaria Municipal de Educação.

Diversidade e interdisciplinaridade

A mostra refletiu a diversidade e interdisciplinaridade dos temas explorados ao longo do ano com a Ciência Hoje das Crianças, sempre no intuito de aproximar a ciência da realidade de cada escola.

Nos 72 trabalhos que integraram a mostra, áreas como física, genética, química e matemática se misturavam à sociologia e à história para explorar temas do cotidiano, como chuvas, reaproveitamento da água, poluição de rios, configurações familiares e tradições regionais. A variedade das formas de apresentação também impressionou: jogos, maquetes, experiências, animações e apresentações de mágica fizeram parte da feira. Os participantes e visitantes também puderam assistir a exibições de dança e jongo.

Veja abaixo um vídeo da IV Mostra Municipal do Projeto Ciência Hoje de Apoio à Educação das Crianças no Rio de Janeiro

A subsecretária de educação do município, Helena Bomeny, destacou que o projeto ajuda a despertar a mente imaginativa dos estudantes, a mostrar o potencial que cada um deles tem de ser muito mais e de fazer a diferença em suas próprias comunidades. “Esse trabalho ajuda os alunos a desabrochar, a sonhar e também a pensar sobre a realidade dos locais onde vivem, formando jovens mais preparados para os próximos ciclos de ensino e para contribuir mais para a melhoria da cidade no futuro”, afirmou.

Bomeny: “Ao longo desses anos de parceria, estamos criando um conhecimento acumulado que ajuda na formação continuada dos professores”

Além de beneficiar os alunos, o PCHAE também é importante para a formação dos professores da rede pública. Desde 2010, cerca de dois mil profissionais já passaram pela formação do programa, onde foram capacitados para melhor aproveitar a revista em sala de aula e instigados a buscar alternativas criativas e multidisciplinares de abordar os conteúdos programáticos. “Ao longo desses anos de parceria, estamos criando um conhecimento acumulado que ajuda na formação continuada dos professores, de forma a aprimorarem cada vez mais seu conhecimento e suas práticas de ensino”, afirmou na subsecretária.

Para exemplificar os benefícios potenciais da parceria, a secretária citou, ainda, números de avaliações gerais do ensino no município, que ficou em quarto lugar entre as capitais de estados brasileiros na última lista – feita em 2011 – do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, quando consideradas apenas as séries iniciais.

“A rede municipal atende 730 mil alunos e, para melhorar cada vez mais esses índices, é preciso estimular que todas as escolas sejam bem avaliadas, independente da área da cidade em que se localizam”, afirmou. “Parcerias como essa, que atende toda a nossa rede, são fundamentais para o desenvolvimento do ensino no município.”

Confira mais imagens da mostra PCHAE 2013

Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line