Conheça o colunista

Sírio PossentiO linguista Sírio Possenti é, desde outubro de 2011, o titular da coluna ‘Palavreado’, publicada na quarta sexta-feira do mês. Seus textos, sobre temáticas variadas, são baseados em fatos, observações e opiniões que circulam sobre a língua na academia, na mídia e na rua.

Possenti nasceu em Arroio Trinta, em Santa Catarina. É licenciado em Filosofia e tem mestrado e doutorado em Linguística pela Unicamp, onde é professor desde 1979. No Instituto de Estudos da Linguagem da universidade, ensina e pesquisa análise do discurso, com atenção especial para o humor.

Tem interesse nos discursos jornalístico e publicitário, e dedica-se ao exame de textos breves, especialmente piadas, pequenas frases e fórmulas.

Publicou Discurso, estilo e subjetividade (1988), Os humores da língua (1998), Por que (não) ensinar gramática na escola (1996), Os limites do discurso (2002), Questões para analistas do discurso (2009) Humor, língua e discurso (2010) e Questões de linguagem: passeio gramatical dirigido (2011). Traduziu Gênese dos discursos, de Dominique Maingueneau.

Possenti é um crítico da maneira (restritiva) com que as línguas são usualmente tratadas, quase exclusivamente de uma ótica normativa, com ênfase excessiva nas regras que caracterizam ‘erros’ e ‘acertos’. “A verdade, resumida à correção, residiria numa gramática que, a rigor, ninguém leu”, defende.

A linguística encara as línguas como fatos. Tenta explicar o que ocorre, e não legislar sobre o que deveria ocorrer – “papel das escolas e das editoras”. Tem caráter científico: critérios para coleta de dados, teorias e métodos de análise, além de aplicações possíveis (analogamente às tecnologias que derivam de outras ciências).

Nessa linha, a coluna trata de fatos que mereceram alguma atenção, o que indica que são peculiares ou representativos. Podem ser expressão de posições normativas, não científicas, ou podem ser indícios de fenômenos característicos da língua, dos quais os manuais não falam.

As polêmicas são esperadas. “É que, em se tratando de língua, considerar que um fato é um fato (uma trivialidade para outros campos) e não um erro, ainda pode ser escandaloso”, provoca Possenti.