Engajamento no laboratório

O vídeo abaixo será exibido pela televisão em todo o país a partir da próxima quarta-feira, 23 de junho. Ele faz parte de uma campanha publicitária lançada pelo governo em parceria com a comunidade científica para conscientizar a população da importância da experimentação com animais – tema que encontra resistência em alguns setores da sociedade.

“Hoje, quase todos os medicamentos, vacinas e procedimentos da área de saúde são resultado de pesquisas com animais de laboratório”, lembra o filme, que mostra indivíduos que tiveram sua vida salva ou melhorada por avanços propiciados por essas pesquisas. A campanha defende ainda que os animais sejam tratados com ética e dignidade.

Além de anúncios para TV, rádio e mídia impressa, a campanha inclui ainda folhetos que serão distribuídos em várias capitais. A iniciativa deve ser divulgada também em redes sociais pela internet e no portal www.eticanapesquisa.org.br.

Quase todos os medicamentos e vacinas são resultado de pesquisas com animais de laboratório

A campanha pretende dar visibilidade à chamada Lei Arouca. Sancionada em 2008 após anos tramitando no Congresso, ela regulamenta o uso de animais na pesquisa científica.

No entanto, isso não bastou para conter as manifestações de repúdio de organizações de defesa dos direitos dos animais.

A campanha será lançada oficialmente às 13h30 do dia 23, na sede da Academia Brasileira de Ciências.

Ética nas pesquisas

Um dos responsáveis pela campanha é o biólogo Marcelo Morales, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conhecido por seu engajamento na luta para convencer a sociedade da importância da experimentação com animais.

Morales foi um dos primeiros entrevistados do nosso podcast, o Estúdio CH. Na entrevista dada a Mariana Ferraz – concedida antes que a Lei Arouca passasse a vigorar –, ele justificou a importância da pesquisa com animais e destacou a forma como eles são tratados com dignidade pelos cientistas.

“Os cientistas [que utilizam animais em suas pesquisas] têm que ter um protocolo aprovado por um comitê de ética”, lembra o biólogo. “Se eles não utilizarem anestésico ou se os animais forem sofrer, esse protocolo não será aprovado. Esses animais são muito bem tratados, acondicionados em biotérios com ar refrigerado, com comida todo dia e água à vontade.”

Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line