Muito além das aulas de ciência

O professor tem um papel fundamental na formação do jovem e no despertar da curiosidade científica. Apostando nisso, o Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE) visa não só aproximar crianças do conhecimento científico, mas também treinar professores para utilizar da melhor forma os conteúdos abordados na sua publicação infantil. Essa é a marca dos cursos promovidos pelo programa em parceria com as secretarias de educação de diversos municípios, como o Rio de Janeiro, onde pela primeira vez professores do quarto ano passaram pela formação.    

A parceria do PCHAE com a secretaria de educação do município existe desde 2009. Além da distribuição de assinaturas da Ciência Hoje das Crianças (CHC) para alunos e da formação dos professores do quinto ano, em 2013 o trabalho foi estendido para turmas do quarto ano. Dessa forma, serão distribuídas 39 mil assinaturas da revista, sendo mil delas para professores e o resto para os alunos da rede pública. A ideia é que os conteúdos sejam trabalhados em sala de aula e depois a publicação integre a biblioteca dos estudantes em casa. 

Veja a cobertura do evento, nas palavras de professores e formadores do PCHAE 

“A revista traz a possibilidade desse aluno ter acesso a um tipo diferente de leitura, sobre temas da ciência, de levar isso para casa, utilizar em pesquisas, compartilhar e debater com a família”, avalia a coordenadora pedagógica do PCHAE Maria Del Carmen Chude.

A gerente de ensino fundamental do município, Ana Cristian Veneno, completa: “O programa adiciona o texto de divulgação científica à leitura cotidiana do estudante, traz o conteúdo científico para dentro de casa e faz da criança uma divulgadora”.

Para José Carlos Tuon, um dos formadores do PCHAE, os textos da revista apresentam às crianças assuntos novos que vão ajudá-las a atuar de forma mais consciente no futuro. “A CHC é escrita por cientistas, mas é direcionada ao público jovem. Nossa capacitação mostra como sua utilização pode ultrapassar os limites das aulas de ciência”, avalia.

Evandro Cleber da Silva, também formador do PCHAE, completa: “A alfabetização científica pode ser feita em qualquer idade e é fundamental despertar o senso crítico desde as primeiras séries.”
 

Quatro estações de ciência

A capacitação dos professores do quarto ano ocorreu no final de fevereiro. Foram quatro dias de encontros, num total de 16 horas de curso, que teve como temática ‘O mundo sob a ótica da ciência’. Os professores participaram de um circuito de oficinas composto por quatro grandes ‘estações’: ler, jogar, experimentar e divulgar. Guiados pelos formadores do Instituto Ciência Hoje, os professores municipais tiveram a oportunidade de conhecer a fundo os conteúdos da CHC e de debater as possibilidades de aplicação da revista de forma divertida, lúdica e instigante em sala de aula.

Mundo sob a ótica
Participaram da oficina professores do quarto ano do ensino público municipal, que passarão a utilizar a CHC em sala neste ano. Parceria com a prefeitura também inclui as turmas do quinto ano. (foto: Marcelo Garcia)

“As oficinas discutiram a utilização dos artigos científicos, poemas e demais textos para abordar todo tipo de conteúdo, o emprego dos jogos publicados para o desenvolvimento do raciocínio dos estudantes e o papel dos experimentos de apresentar às crianças o trabalho científico na prática”, avalia Chude. “Na última etapa, também pensaram juntos em maneiras de divulgar o saber científico, de modo a torná-lo acessível para suas classes e para toda comunidade escolar.”

Além das oficinas, também foram recepcionados alguns professores municipais do primeiro ao terceiro ano, selecionados para começar um trabalho piloto de alfabetização com a CHC em 2013

Além das oficinas voltadas para os professores do quarto ano, o evento também incluiu uma palestra para professores municipais do quinto ano, que também trabalharão com a CHC – ao longo do ano, serão promovidos outros encontros para capacitação desses docentes. Além deles, também foram recepcionados alguns professores municipais do primeiro ao terceiro ano, selecionados para começar a realizar um trabalho piloto de alfabetização com a CHC em 2013. 

“É o início de uma nova fase”, acredita Veneno. “Já foi feito um trabalho anterior com uma escola modelo, a casa de alfabetização municipal São Domingos, que mostrou ótimos resultados. Por isso, de antemão, acredito que as perspectivas são as melhores possíveis.”

Confira galeria de fotos com registros das oficinas

Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line