Novo implante veterinário para fraturas

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla) criaram um novo sistema de implante ortopédico veterinário que recupera mais rapidamente e com mais eficiência fraturas ósseas complexas em ossos longos, como fêmur, tíbia e úmero. Esse tipo de fratura, em que o osso fica muito fragmentado, é comum em atropelamentos de cães. O dispositivo, batizado de Plate-Nail, foi patenteado e já está pronto para uso canino em clínicas veterinárias.

O implante é uma associação de duas modalidades de fixação óssea bastante utilizadas: a haste bloqueada e a placa ortopédica. Na nova técnica, uma haste de aço cirúrgico é introduzida no osso para restabelecer seu comprimento e alinhá-lo, enquanto uma placa colocada na superfície óssea fornece a rigidez necessária para que a fratura se recupere corretamente.

A nova técnica acelera o processo de recuperação por estabilizar a fratura de forma mais eficaz

Segundo o veterinário Leonardo Muzzi, idealizador do Plate-Nail, o uso de apenas uma dessas técnicas não é suficiente para reparar fraturas complexas, pois elas exigem muita sustentação e rigidez para que o osso se consolide de forma adequada. “Em lesões desse tipo existem muitas forças nocivas atuando para desestabilizar a fratura e o novo sistema neutraliza essas forças, além de promover uma fixação óssea rígida e sem falhas”, diz o veterinário.

O tempo de recuperação de uma fratura depende de muitas variáveis, como idade, histórico de doenças e peso do animal. Muzzi afirma que a nova técnica acelera esse processo por estabilizar a fratura de forma mais eficaz.

Segundo o pesquisador, teoricamente o sistema pode ser usado em qualquer animal vertebrado, inclusive em humanos, desde que o osso tenha um diâmetro compatível com a haste a ser introduzida.

O novo implante, que começou a ser desenvolvido em 2007, já está sendo comercializado para aplicação em cães pela empresa Brasmed. O próximo passo será testar o dispositivo em cavalos, animais que têm uma dificuldade natural de consolidação óssea, devido ao seu grande peso e sua anatomia.

 

Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line