Passeio virtual pelas fortalezas catarinenses

 

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Tela de abertura do CD Fortalezas Multimídia: Anhatomirim

     Século 18: em um cenário de intensas disputas coloniais, Portugal e Espanha lutam pelo controle do litoral sul do Brasil, com o objetivo de garantir o controle da foz do rico Rio da Prata. Nesse contexto, são erguidas na costa de Santa Catarina 12 fortificações para o monitoramento e defesa do litoral, entre as quais as principais são as fortalezas de Ponta Grossa, Ratones, Araçatuba e Anhatomirim.

 
Mesmo sem ter ido a Santa Catarina, você também pode conhecer essas fortificações e ser testemunha desse período histórico, com o auxílio de um CD-Rom e um site produzidos por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Desde 1989, essa instituição abriga o Projeto Fortalezas, criado para resgatar a memória dessas fortificações e de outras espalhadas por todo Brasil. A UFSC adotou e promoveu a restauração e a revitalização cultural da fortaleza de Anhatomirim e de mais quatro fortificações do estado, que também passaram a ficar sob sua guarda.
 
Em 1995, a iniciativa ganhou os meios digitais com o objetivo de divulgar o trabalho de revitalização das fortalezas catarinenses para o resto do Brasil. Em 2001, foi lançado o CD-Rom Fortalezas Multimídia: Anhatomirim , atualizado em 2003. Até o fim de 2005 está prevista uma atualização do CD e o lançamento de um portal na internet que funcionará como banco de dados on-line sobre fortificações do Brasil e do mundo. Ele armazenará textos, fotos, vídeos e documentos variados, e poderá ser alimentado por usuários de qualquer parte do mundo.
 
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Vista aérea da fortaleza de Anhatomirim. Erguida entre 1739 e 1744 a noroeste da ilha de Santa Catarina (que hoje abriga a cidade de Florianópolis), ela nem sempre foi usada com a finalidade de defesa do litoral ‐ já serviu de hospício e presídio, entre outras funções.

A fortaleza da Anhatomirim é o tema principal do CD-Rom. Desde sua adoção pela UFSC, ela teve a maior parte das suas construções restauradas e abriga projetos de pesquisa e ensino em diversas áreas. O CD-Rom oferece panoramas 360 o de diversos pontos de Anhatomirim e uma visita virtual à ilha ‐ um passeio construído graficamente a partir de desenhos, e não de fotos da ilha.

 
Também estão presentes no CD informações sobre centenas de fortificações espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, com ênfase para as fortalezas catarinenses. São 2000 fotos, 23 vídeos, muitos documentos originais e mais de três mil páginas de texto que oferecem uma boa visão da própria história do Brasil. O programa apresenta uma interface gráfica amistosa, menus simples e textos repletos de links que permitem uma leitura não linear e interativa.
 
O ponto alto é a possibilidade de atualizar gratuitamente o programa pela internet. Na atualização feita em 2003, a lista de fortalezas brasileiras aumentou de 126 para 480. O grande inconveniente é o tamanho do arquivo: 19 MB. A atualização prevista para este ano prevê a inclusão de 15 fortificações no Uruguai, além da ampliação dos dados já cadastrados de fortalezas brasileiras.
A adoção de um patrimônio histórico por uma universidade e a divulgação da sua memória por meios eletrônicos são iniciativas exemplares no país. O recurso à multimídia promove, além da preservação desse patrimônio, a democratização desse conhecimento. “Queremos fazer o grande público ter acesso e se interessar pela historia e pela cultura do Brasil”, avalia o arquiteto Roberto Tonera, coordenador do Projeto Fortalezas Multimídia. “O meio digital tem a vantagem de unir boa qualidade e custo reduzido e permitir o desenvolvimento de um produto em constante evolução.”
 

O CD-Rom Fortalezas Multimídia: Anhatomirim
pode ser adquirido em livrarias ou pelo site
www.fortalezasmultimidia.com.br  (preço: R$ 59,90)

 
Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line
25/04/05