Prevenção animada

Conscientizar os jovens sobre os riscos de se contrair o vírus do papiloma humano, doença sexualmente transmissível mais conhecida pela sigla HPV. Esse é o foco do primeiro vídeo informativo desenvolvido pelo Programa de Oncobiologia, rede que pesquisa o câncer, composta por instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O amor em tempos de HPV, nome da animação, conta a história de um casal que não usa camisinha na relação sexual e acaba contraindo o vírus. O enredo é o mote para explicar como o vírus é transmitido, quais as doenças causadas por ele e o que pode ser feito para evitar a contaminação.

A jornalista Claudia Jurberg, coordenadora do núcleo de divulgação do Programa de Oncobiologia, disse em entrevista à CH On-line que grande parte das campanhas informativas sobre o HPV no Brasil é voltada para mulheres adultas. Mas as estatísticas apontam para a necessidade de se ampliar o público-alvo.

“Recentemente, a Fiocruz divulgou uma pesquisa mostrando que o índice de contaminação por HPV em adolescentes entre 10 e 19 anos cresceu 2,6 vezes mais do que entre adultas entre 1999 e 2005”, alerta. E completa: “Por isso decidimos focar no jovem. A adoção de hábitos de vida, saudáveis ou não, acontece nessa fase”.

Mão na massa

O vídeo foi feito com a técnica stop motion, na qual os personagens são movimentados e fotografados quadro a quadro. Já na fase de edição, essas fotos são ordenadas em sequência, para dar a ilusão de movimento. Não há falas, apenas balões explicativos com frases em cinco línguas (português, espanhol, inglês, francês e alemão). Além disso, também há um intérprete da linguagem brasileira de sinais transmitindo a mensagem para surdos.

Estão previstos ainda mais dois vídeos, sobre câncer de pulmão e de pele. Porém, ainda não foi decidido se a técnica de animação será a mesma. “Podemos fazer stop motion de recorte ou fazer animação em 3D”, adianta Jurberg. O grupo tem ainda planos de criar um jogo de RPG sobre os riscos do câncer.