Considerada uma informação de natureza especial, a geoinformação transmite conhecimento sobre a dimensão espacial dos fenômenos, e a relevância em se conhecer a localização de eventos no espaço e no tempo tem sido enorme em nosso processo de evolução histórica. Isso pode ser comprovado pela necessidade contínua de se elaborar formas de representação espaciais cada vez mais fidedignas. Assim, vários esforços, com o tempo, culminaram em tecnologias que hoje revolucionam muitas áreas do conhecimento.
Desde que o ser humano começou a registrar representações de seus pensamentos, a informação e o ato de informar assumiram importância fundamental na comunicação humana. Inicialmente essas representações eram de caráter figurativo, e sua leitura interpretativa nos dias de hoje é meramente especulativa. Apesar de não sabermos ao certo as motivações de muitos desses registros, e o quanto estavam relacionadas com a necessidade de se comunicar, é fato que esse fenômeno é muito antigo, remontando ao período da pré-história. Mesmo de forma indireta, a conotação locacional desses registros converteu muitas dessas informações em geoinformações. Destaca-se, neste contexto, que são encontrados em diversos povos pré-históricos registros com pictografias, associados a signos derivados de objetos observados ou, ainda, da representação de gestos ou ações humanas, como pegadas representando trajetos percorridos. O que se percebe nessas representações antigas é que as relações topológicas eram mais importantes do que a geometria em si, independentemente dos aspectos culturais de cada povo.
Carla Madureira Cruz
Departamento de Geografia, Instituto de Geociências
Universidade Federal do Rio de Janeiro