A guerra contra as pragas

Atendendo à demanda crescente por alimentos, a produção agrícola lançou mão de produtos sintéticos para combater pragas, agentes que causam doenças e ervas daninhas. O uso de pesticidas químicos, entretanto, tem sido desestimulado devido aos seus efeitos comprovadamente nocivos à saúde humana e ao ambiente. Nesse cenário, os defensivos agrícolas obtidos de plantas surgem como a melhor opção: são biodegradáveis, estão naturalmente disponíveis e têm baixa toxicidade para organismos que não são seus alvos.


A demanda crescente por alimentos levou ao desenvolvimento e à adoção de substâncias químicas sintéticas como uma estratégia rápida e efetiva no manejo de pragas e doenças nas lavouras

As plantas, além de produzirem grande parte do oxigênio que respiramos, fornecem matérias-primas essenciais para produção de roupas e moradias, são fontes potenciais de fármacos e medicamentos fitoterápicos e, principalmente, a base de nossa alimentação – 80% dos itens que compõem as dietas onívoras são derivados de plantas. Os vegetais integram uma cadeia econômica que gera renda tanto para os pequenos produtores como para as grandes indústrias, sustentando a economia de muitos países.

O Brasil, por exemplo, se destacou como o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, ficando na segunda e terceira posição entre os maiores produtores de soja e milho, respectivamente, em 2018, de acordo com os últimos dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

A produção agrícola é constantemente ameaçada por pragas, patógenos (agentes que causam doenças, como bactérias e fungos) e ervas daninhas. A demanda crescente por alimentos levou ao desenvolvimento e à adoção de substâncias químicas sintéticas como uma estratégia rápida e efetiva no manejo de pragas e doenças nas lavouras.

Leopoldo C. Baratto

Laboratório de Farmacognosia Aplicada
Universidade Federal do Rio de Janeiro