Áreas de eucalipto na mira

Adaptação do algoritmo LandTrendr, que obtém dados a partir do satélite Landsat, permite entender a dinâmica das alterações da paisagem terrestre ao longo do tempo e identificar as regiões florestais que mais sofreram mudanças 

CRÉDITO: LANDSAT 8 / NASA

O espaço e o tempo sempre fascinaram os estudos da humanidade. O físico alemão Albert Einstein (1879-1955) causou uma revolução ao propor que ambos os conceitos eram interdependentes e relativos ao estado de movimento de um observador. Para o geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001), o espaço pode ser considerado um mosaico de elementos de diferentes eras, sendo o tempo um dos principais elementos para a sua compreensão. Dentro da área de geoinformação, o pesquisador brasileiro em geoinformática Gilberto Câmara destacou que a abordagem temporal é um novo paradigma no estudo das mudanças na superfície terrestre ao permitir que a variável tempo tenha destaque nas análises.

Devido ao aumento no número de dados disponíveis sobre a superfície da Terra, produzidos de forma contínua, e visto que essas informações estão cada vez mais acessíveis, vêm se ampliando os estudos com abordagem multitemporal. Essa análise permite identificar os diferentes tipos de uso, as alterações na cobertura, quando e como ela se transformou, se se estabilizou ou degradou, entre outros fatores. O cubo temporal de imagens da superfície da Terra, representado na figura 1, armazena a série de dados associados à resposta espectral da cobertura vegetal, os quais permitem reconstruir sua trajetória no tempo.