CIÊNCIA HOJE: Levantamentos recentes mostram que as mulheres são 54% das estudantes de doutorado, mas grande parte delas não chega a posições de liderança. Por que isso acontece?
Maria Vargas: Embora a participação das mulheres seja, em média, majoritária em vários cursos de pós-graduação, ela diminui drasticamente à medida que a carreira progride níveis mais altos. Este fenômeno é conhecido como “efeito tesoura” em referência ao formato das duas curvas no gráfico da evolução da carreira científica em função da participação dos dois sexos que, no Brasil, se cruzam em 50% após o doutorado. O que era maioria se torna minoria, por quê? Para avançar na carreira de cientista é essencial fazer pós-doutorado, de preferência fora do país, estabelecer redes de pesquisa no exterior e no Brasil, conhecer e ser conhecida… E muitas mulheres estão casadas, ou constituindo família, o que dificulta esses movimentos nessa fase crucial.
Valquíria Daher
Jornalista, ICH