BOMBAS NUCLEARES
O que aprendemos sobre esses artefatos nas últimas quase oito décadas?

No momento em que tramita na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal sugestão legislativa para a produção de bombas nucleares em território brasileiro, é oportuno discutir o princípio e o legado desses artefatos bélicos, pois energia nuclear e temas afi ns seguem despertando reações antagônicas na sociedade nas últimas quase oito décadas, desde o fi m da Segunda Guerra Mundial. O Brasil deteria tecnologia e infraestrutura para a construção de um dispositivo assim? CRÉDITO: FOTO ADOBE STOCK

Bomba nuclear, bomba atômica, bomba H, bomba de fissão, bomba de hidrogênio e bombas termonucleares. Todos são nomes distintos para artefatos que desencadeiam processos nucleares rapidamente, em fração de segundos, liberando quantidades altíssimas de energia.

O desenvolvimento dessas bombas tem como marco inicial a descoberta da fissão (‘quebra’) de núcleos atômicos pesados induzida pela colisão contra eles de nêutrons, partículas subatômicas sem carga elétrica cuja existência foi demonstrada pelo físico britânico James Chadwick (1891-1974) em 1932. Apenas dois anos depois, o físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) fez as primeiras pesquisas com nêutrons, concluindo que a colisão entre essas partículas e núcleos resulta em novos elementos radioativos.

Roberto Linares
Instituto de Física,
Universidade Federal Fluminense