Cientista, pioneira e resiliente

Pesquisadora de destaque em geomorfologia, área predominantemente masculina, Ana Luiza Coelho Netto, apesar de enfrentar preconceitos, conquistou visibilidade no Brasil e no exterior.

Como mulher na ciência, 70 anos de vida, 50 deles vinculados à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tenho uma longa e diversa história para contar. Mas, neste pequeno texto, apenas destaco algumas vivências que impulsionaram minha carreira acadêmica, em concomitância à vida familiar, ao longo da qual criei quatro filhos gerados em três casamentos que se diluíram com o tempo.

No ginásio tive uma professora que me estimulou a “viajar” no atlas geográfico, o que alimentava meu imaginário e funcionava como rota de fuga do universo familiar, conservador, repressivo e limitado culturalmente, para um mundo ainda desconhecido. Ainda criança, eu indagava sobre a origem de fenômenos da natureza. Nem imaginava que encontraria algumas respostas, que se desdobrariam em muitas outras questões ao longo da minha trajetória científica, focada, desde o início, na ciência geomorfológica, ou seja, no estudo dos processos erosivos e deposicionais que governam a evolução morfológica da superfície terrestre.

Ana Luiza Coelho Netto
Departamento de Geografia
Universidade Federal do Rio de Janeiro