Desde o início do ano passado, o mundo sofreu mudanças sem precedentes com o início da pandemia da covid-19. Outras pandemias já haviam sido documentadas, como a gripe espanhola, em 1917; a gripe de Hong Kong, em 1968; e a gripe suína, em 2009. Por isso, desde a década de 1970, modelos matemáticos vêm sendo usados para entender como essas doenças se propagam.
O fato de estarmos buscando modelos para a doença do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e, ao mesmo tempo, vivenciando a pandemia ocasionou quantidade enorme de dados e estudos sobre a evolução desse quadro.
Há consenso entre especialistas de que, para qualquer doença viral transmitida pelo ar, a probabilidade de contágio está diretamente ligada ao grau de exposição ao vírus. Naturalmente, fatores individuais (saúde do infectado, condições climáticas, uso de máscaras, ventilação do ambiente etc.) contribuem para o contágio.
Mas, em qualquer modelo, o primeiro fator a ser considerado é o grau de exposição, o qual é geralmente quantificado por um único parâmetro: isolamento social médio da população.
Nuno Crokidakis e Lucas Sigaud
Instituto de Física
Universidade Federal Fluminense