Em um estudo publicado em junho de 2023 na revista científica Journal of Ecology, exploramos possíveis respostas para esse problema com relação às plantas da caatinga. O trabalho envolveu a construção de um banco de dados com mais de 400 mil registros de ocorrência verificados para cerca de 3 mil espécies de plantas. Esses dados foram complementados pela forma de crescimento de cada espécie, isto é, se a espécie é arbórea, arbustiva, herbácea, suculenta, erva ou trepadeira.
O próximo passo envolveu construções de modelos estatísticos e de inteligência artificial, que possibilitaram o mapeamento da distribuição geográfica das plantas da caatinga, tanto para o presente quanto para diversos cenários futuros de mudanças climáticas. Esse tipo de abordagem permite obter um resultado consensual entre os cenários testados. Ou seja, é possível entender as regiões onde todos os modelos apresentam respostas similares e onde as diferenças foram mais marcantes.
Quando essas projeções são feitas para todas as espécies, é possível avaliar como as mudanças climáticas poderão afetar a riqueza (quantidade de espécies), composição (tipos de espécies) e estrutura (combinações de espécies com diferentes formas de crescimento) das comunidades de plantas.