Lançada em 24 de fevereiro último, a invasão russa da Ucrânia tem causado enormes danos a esse país e sua população. Em resposta à agressão, várias nações impuseram embargos e retaliações à Rússia, grande exportadora de petróleo, gás, trigo, fertilizantes nitrogenados e fosfatados, além de alumínio, cobalto, cobre, níquel, ouro, platina, paládio e titânio. Devastada pelo conflito, a Ucrânia é grande produtora de cereais – daí ser denominada “cesta de pão da Europa” –, bem como de ferro e aço.
Embora os efeitos em longo prazo desse conflito ainda sejam desconhecidos, duas consequências se impõem: i) o choque de oferta pode fragilizar ainda mais a situação de elementos químicos ameaçados de extinção por sua reduzia oferta frente à exploração (figura 1); ii) os efeitos das sanções sobre petróleo e gás reforçam a necessidade de uma mudança da matriz energética mundial, a qual, em curto prazo, pode até permitir a sobrevida do carvão, mas, em perspectiva mais longa, terá que necessariamente ser mais renovável do que tem sido até hoje.
A seguir, apresentamos, em ordem alfabética, os elementos químicos ameaçados de extinção, discutindo brevemente propriedades, aplicações e situação de cada um deles – os chamados elementos terras-raras já mereceram destaque na primeira parte deste artigo (CH 385).