A secreção de proteínas por bactérias é um mecanismo bem elaborado que possibilita que ocorram processos essenciais para esses microrganismos, como a modulação ativa do ambiente, o processamento enzimático de nutrientes e a comunicação.
Mas as bactérias também secretam as chamadas toxinas, grupo de proteínas que, ao longo da evolução, especializou-se em causar danos (doenças, por exemplo) a outros seres vivos.
Os avanços científicos das últimas décadas não só facilitaram o processamento e a manipulação das toxinas, mas também permitiram a criação de novas técnicas de terapia baseadas no uso dessas substâncias. Dessa forma, as toxinas liberadas por certas bactérias patogênicas – por exemplo, Clostridium botulinum (botulismo) e C. tetani (tétano) – podem ser transformadas em agentes terapêuticos para prevenir e tratar não só as doenças que elas causam, mas também outros quadros.
Eliane de Oliveira Ferreira
Instituto de Microbiologia Paulo de Góes,
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Bruno de Araújo Penna
Instituto Biomédico,
Universidade Federal Fluminense