Devemos esquecer os mapas?

Ao que tudo indica, muitas áreas acabaram se solidarizando com a linguagem espacial e se renderam ao seu poder de representação. 

Créditos: Martin Sanchez/ Unsplash.com / Creative commons

Durante os últimos 30 anos fomos testemunhas de avanços tecnológicos que possibilitaram mudanças rápidas e intensas, transformando cenários e formas de viver. Na cartografia, nos anos 1990, deu-se início ao uso crescente do que veio a se configurar como mapas digitais. Eles mudaram muitas concepções às quais estávamos apegados, trazendo a possibilidade de se ter escalas dinâmicas de visualização/navegação, camadas independentes de temas e maior facilidade no cálculo de métricas sobre os mais variados objetos. Essa nova forma de representar o mundo não acabava com o conceito anterior, ela o potencializava. Fui testemunha de depoimentos que afirmavam que finalmente estavam livres dos mapas, pois não havia mais a necessidade de armazenar grandes volumes de papel.

Carla Madureira Cruz

Departamento de Geografia
Instituto de Geociências
Universidade Federal do Rio de Janeiro