Ensinar requer ciência, aprender também

O mundo vem se transformando a passos largos, mas o modelo atual de educação parece ter parado no século passado. A ciência tem se mostrado uma ferramenta essencial para auxiliar na aprendizagem e está sendo adotada cada vez mais em diversos países. As evidências científicas, devidamente testadas no contexto escolar e social, podem nortear essas mudanças e garantir mais eficácia às políticas educacionais.  

CRÉDITO: ILUSTRAÇÃO LUIZ BALTAR

Você deve estar se perguntando: mais um artigo sobre educação em ciências? Mas não, não é esse o assunto. O propósito aqui é tratar das evidências científicas capazes de otimizar o aprendizado e, em última instância, a educação formal. Elas existem. Não pense que a educação é apenas intuitiva e só melhora por tentativa e erro.

Apesar de serem dois neurocientistas assinando este artigo, essas evidências científicas não são provenientes apenas da neurociência, mas de muitas áreas diferentes. Porque apenas uma abordagem multidisciplinar poderá realmente nos ajudar a entender como aprendemos, e como podemos facilitar esse aprendizado em diferentes circunstâncias e momentos de vida.

Em 2009, pesquisadores norte-americanos lançaram a ideia de uma nova área de pesquisa, por eles chamada ‘ciência da aprendizagem’ (Science of Learning, em inglês), formada pela confluência de diferentes disciplinas, como neurociência, economia, computação, psicologia, entre outras. As perguntas principais foram as seguintes: Como se aprende? Como se ensina? Como se pode obter maior eficácia e melhores resultados na educação?