Qualquer pessoa que visite o departamento de física de uma das muitas universidades brasileiras poderá notar facilmente que há muito mais homens do que mulheres entre os docentes. São exceções as instituições que chegam a ter 20% de professoras em seus quadros, a maioria está bem abaixo disso. A pequena representatividade feminina se repete entre os alunos de graduação, seja no bacharelado ou na licenciatura, bem como entre os estudantes de pós-graduação.
Mas como atrair mais meninas para as ciências exatas? No final de 2013, surgiu um edital público para incentivar o interesse de meninas por essa área, e resolvemos concorrer. Assim começou o ‘Tem Menina no Circuito’.
O edital previa que as atividades fossem realizadas com estudantes de ensino médio de escolas públicas espalhadas pelo Brasil, e assim iniciamos nossa parceria com o Colégio Estadual Alfredo Neves, em Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro. Ao chegar à escola, na periferia, nos demos conta de que, mais do que chamar a atenção para as ciências exatas, precisávamos mostrar que o ensino superior era uma opção para elas. Mais do que um trabalho de divulgação científica, devíamos fazer um trabalho de inclusão social pela ciência.
Elis H. C. P. Sinnecker
Tatiana G. Rappoport
Thereza C. de L. Paiva
Instituto de Física,
Universidade Federal do Rio de Janeiro