Os debates sobre a ditadura civil-militar que se estabeleceu no Brasil entre os anos de 1964 e 1985 cresceram de forma consistente nos últimos anos. Nas universidades, as pesquisas sobre o regime ditatorial apresentaram avanços relevantes, aprofundando o conhecimento sobre temas como políticas econômicas adotadas, relações de colaboração entre governo e setores sociais – como empresários e igrejas –, impactos das ações estatais sobre povos indígenas, diferentes resistências ao autoritarismo e lógicas de atuação do sistema de informação e repressão em suas dimensões nacional e regional.
Fora das universidades, é abundante o lançamento de livros, filmes, peças teatrais, programas de televisão e material jornalístico – parte deste organizado em sites que contém reportagens, gráficos, documentos históricos, depoimentos de testemunhas, vídeos, cronologias. Por fim, políticas de memória implementadas pelo Estado como a Comissão da Anistia, do Ministério da Justiça, e as comissões da verdade nacional e estaduais reuniram acervos documentais e elaboraram materiais inéditos sobre as diferentes facetas da ditadura.
Como resultado desse processo, ampliaram-se as abordagens sobre o período que podem ser desenvolvidas com estudantes da educação básica tanto no que se refere aos temas de discussão como aos recursos didático-pedagógicos à disposição de professores.
Alessandra Carvalho
Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (ProfHistória) e Colégio de Aplicação
Universidade Federal do Rio de Janeiro