Índices de vegetação: o que dizem?

Desde os anos 1960, muitos índices foram propostos com o intuito de facilitar o diagnóstico e o monitoramento de áreas verdes no mundo todo. Esses valores são usados na análise de variados problemas.

 

Os índices de vegetação são um importante meio para identificar e diferenciar a cobertura vegetal. Esses índices são baseados no comportamento espectral, ou seja, na forma com que determinados corpos ou coberturas da superfície terrestre (vegetação, água, construções etc.) respondem à energia que incide sobre eles, como a do Sol. Eles foram propostos para o mapeamento da cobertura vegetal e, ao longo do tempo, passaram a ter outras aplicações.

Mapear significa ser capaz de identificar e delimitar determinadas coberturas. Para isso, é preciso saber caracterizar bem as áreas, de forma a não gerar confusão.O monitoramento da cobertura da superfície terrestre baseia-se, muitas vezes, em índices que sejam capazes de detectar mudanças.

A representação da vegetação através de um índice de vegetação (no caso, o NDVI) é sensível a mudanças sazonais, como pode ser observado na fi gura, que ilustra a vegetação estacional (com perda de folhas no período seco) aumentando. Observe a diferença do Cerrado e da Caatinga entre os meses de janeiro e agosto.

 

A elaboração de índices representativos de uma dada realidade não é fácil. Antes de tudo, é preciso saber que, para simplificar, é necessário generalizar. Os índices de vegetação são baseados em princípios físicos e foram construídos a partir de leituras repetidas, realizadas in situ, da reflectância de uma folha sadia, ou seja, da relação entre a intensidade de luz que incide sobre a folha e aluminosidade que é por ela refletida. Essas leituras são feitas para todos os tipos de radiação do espectro eletromagnético e possibilitam a elaboração de curvas teóricas do comportamento espectral da vegetação.

Carla Madureira Cruz

Departamento de Geografia, Instituto de Geociências
Universidade Federal do Rio de Janeiro