Mais luz sobre o melanoma

Proteína que atua como sensor da radiação ultravioleta A, a melanopsina pode ser um novo alvo terapêutico contra o câncer de pele mais letal. Associada classicamente apenas ao sentido da visão, sua nova função pode impactar o tratamento de um dos mais temidos tumores malignos.

CRÉDITO: ADOBE STOCK

Uma proteína associada ao sentido da visão, a melanopsina, pode se transformar em um novo alvo terapêutico do melanoma, o mais agressivo e letal câncer de pele. Fotopigmento encontrado nas células ganglionares da retina que compõem o nervo óptico, a melanopsina tem capacidade para atuar como fotorreceptor (receptor de luz) e está envolvida na regulação dos ritmos biológicos.

Quase 15 anos após sua descoberta em 1998, a presença da melanopsina foi relatada na pele de mamíferos. Pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) demonstraram que, nesse tecido, a proteína atua como um sensor de radiação ultravioleta A (UVA), regulando a pigmentação e o processo de morte programada, a apoptose, e também como um sensor de temperatura.

Neste ano, a equipe da USP demonstrou uma nova função para essa proteína. Descobriu que ela tem ações independentes de seu papel como sensor de luz e/ou temperatura, e atua como um oncogene, ou seja, favorece o crescimento de um tumor: no caso, o câncer de pele do tipo melanoma.