Na virada do século 19 para o século 20, um novo fenômeno agitava o cenário cultural urbano carioca. Denominada maxixe, a nova prática cultural estava disseminada por toda a cidade. Mas, afinal, de onde vinha aquela dança que, por seus movimentos coreográficos marcados pela liberação corporal e por muitos requebros e rebolados, era classificada pelos mais conservadores como “licenciosa e imoral”? A historiadora Martha Abreu, em seu livro Da Senzala ao Palco (2017), destaca a aproximação do maxixe com o “mundo musical afro-brasileiro, baseado no imaginário dos requebros”, ainda que não seja direta a associação do gênero às canções escravas, por não existirem evidências de sua presença nas senzalas.
Juliana da Conceição Pereira
Programa de Pós-Graduação em História,
Universidade Federal Fluminense