A citometria é hoje um método amplamente empregado na pesquisa e na prática médica. É, entre outras aplicações, a principal ferramenta na caracterização de leucemias, linfomas e, mais recentemente, tumores sólidos. Essa caracterização tem fundamental importância prognóstica, porque dela depende o tratamento aplicado ao doente. Os citômetros de fluxo são capazes de medir vários parâmetros de cada uma das células colhidas de um paciente em amostras de sangue ou medula óssea. E podem processar milhares de células por segundo, além de gerar bases de dados com, por exemplo, 20 ou 30 medidas dessas células processadas.
O material colhido dos pacientes é misturado a anticorpos conjugados com substâncias fluorescentes, que emitem determinada cor e se ligam a proteínas de certas células. Já dentro do aparelho, as células são enfileiradas em um tubo capilar e, em seguida, submetidas a um feixe de raios laser. Medindo-se, através de sensores, a intensidade de fluorescência emitida pelo anticorpo, pode-se então saber quais anticorpos estão ligados a cada célula – se houver algum – e assim identificar as características fenotípicas (observáveis) das células. Mede-se também a ‘sombra’ produzida à frente (foward scater) e ao lado (side scater) – grandezas associadas ao tamanho e à complexidade das células
Carlos Eduardo Pedreira
Programa de Engenharia de Sistemas e Computação
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe / UFRJ)
Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj)