Nova luz sobre a síndrome pós-covid

Estudo aponta relação entre a proteína Spike, mesmo quando isolada do vírus SARS-CoV-2, e os efeitos de longo prazo da infecção, como a perda de memória. E abre caminho para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas ou de prevenção do comprometimento cognitivo

CRÉDITO: IMAGEM ADOBE STOCK

Ainda no início da pandemia de covid-19, começaram a surgir casos de pessoas relatando sintomas persistentes após a recuperação da fase aguda da infecção por SARS-CoV-2. Mesmo agora, com a atenuação da pandemia, as sucessivas ondas decorrentes do aparecimento de novas variantes continuam mantendo certa circulação do vírus. Embora os sintomas da doença aguda sejam, com a vacinação, mais leves, de forma geral, sequelas persistentes e muitas vezes debilitantes são cada vez mais reconhecidas nos convalescentes.

As manifestações mais comuns incluem fadiga, tosse persistente, dificuldade para respirar, perda do olfato ou paladar, dor de cabeça crônica e uma variedade de distúrbios neuropsiquiátricos, como anormalidades do sono, ansiedade, tontura, déficit de memória e concentração, comprometimento do humor e síndromes dolorosas. Esse conjunto de manifestações clínicas vem sendo chamado de covid longa ou síndrome pós-covid, e compreende a persistência dos sintomas por períodos que variam de quatro  semanas até mais de três meses após o início dos sintomas.