O melão mofado e a revolução da penicilina

A história da busca pela produção em massa do primeiro antibiótico capaz de tratar infecções passa pelo acaso, por uma grande guerra e um enorme esforço coletivo da ciência

CRÉDITO: FOTO ALEXANDER FLEMING_ WWW.HISTORIC-UK.COM

A história da descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico para tratar infecções causadas por bactérias, é bastante conhecida. Seu descobridor, o cientista Alexander Fleming (1881-1955), em um momento de preguiça ou relaxamento, saiu de férias e largou algumas placas de petri inoculadas com culturas de bactérias na bancada do laboratório. Quando retornou ao trabalho após algumas semanas, encontrou as culturas de bactérias cheias de mofo, um tipo de fungo, assim como acontece nas nossas casas quando largamos pão ou alguma fruta por muito tempo fora da geladeira.

A maioria das pessoas joga o alimento fora quando isso acontece, mas Fleming foi sagaz e olhou com calma essas culturas mofadas. Ele percebeu que, nas placas onde o mofo cresceu, as bactérias foram inibidas, isto é, não mais se multiplicavam. Fleming concluiu que alguma substância produzida pelo fungo agia contra as bactérias: era a penicilina. Essa descoberta aconteceu em 1928, 14 anos antes de a penicilina ser usada com sucesso para tratar infecção humana.