No final do século 19, Domingos José Freire (1842-1899) anunciou ter descoberto a causa da febre amarela e desenvolveu uma vacina que foi usada por milhares de pessoas como forma de prevenção da doença, no Brasil e no exterior. O primeiro surto de febre amarela ocorreu no Rio de Janeiro, então capital do império, no verão de 1849-1850. A partir de então, surgiram debates acalorados, e os médicos passaram a relacionar o calor e a umidade às epidemias de febre amarela. Por isso, a expressão “ano de manga, ano de febre amarela” se tornou popular entre os cariocas.
Mas foi com a chegada das descobertas do francês Louis Pasteur (1822-1895), que apontavam para a causa microbiana das doenças, que o debate se intensificou. Baseando-se nos estudos desse cientista, Domingos Freire disse ter descoberto, em 1879, o agente causador da febre amarela: um micróbio, que ele denominou Criptococo xantogênico. Com esse anúncio, crescia a primeira teoria de matriz pasteuriana no Brasil.
Vanessa Pereira da Silva e Mello e Juliana Manzoni
Pesquisadoras independentes, doutoras pelo Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde
Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz