Radiação eletromagnética: vilã ou mocinha?

Associadas a alguns superpoderes nas obras de ficção, as radiações provocam medo em muitas pessoas na vida real. Mas elas são muito usadas em equipamentos do dia a dia e na medicina e só se tornam perigosas em altas dosagens.

Você tem medo da radiação? Essa palavra, por mais que seja pouco compreendida, gera receios em muitas pessoas. Não é raro ser associada à radioatividade e, portanto, a algo altamente perigoso para nossa saúde. Mas será que esse medo é justificável?

As radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam no espaço, carregando energia e vibrando com uma frequência específica. Quanto mais rápida é a vibração de uma radiação, mais energia ela carrega. As cores de luz que enxergamos (que vão do vermelho ao violeta) compõem o chamado ‘espectro visível’, uma pequena parcela do enorme espectro de radiações existentes

As radiações de alta energia (que vibram com maior frequência) são mais perigosas para o nosso organismo, pois elas conseguem penetrar com mais facilidade na nossa pele e provocar danos graves às nossas células.

A radiação ultravioleta (UV) proveniente do Sol, embora invisível aos nossos olhos, pode provocar queimaduras na pele, envelhecimento precoce e até induzir o desenvolvimento de tumores. No entanto, em baixas dosagens e nos horários certos do dia (antes das 9h e depois das 16h), ela não oferece risco; pelo contrário, estimula o organismo a produzir vitamina D.

Podemos dizer então que o título de vilã ou mocinha para as radiações é apenas uma questão de dosagem.

Lucas Mascarenhas de Miranda

Físico e divulgador de ciência
Universidade Federal de Juiz de Fora