Os biofilmes são comunidades bacterianas associadas a superfícies e incrivelmente difíceis de tratar e remover. Formam-se em superfícies abióticas (implantes ósseos, odontológicos, cateteres, sondas hospitalares etc.) ou bióticas (dentes e mucosas). Muitas vezes, ocupam espaços de difícil acesso para a instrumentação médica disponível atualmente.
Na área da saúde, depois de formados, os biofilmes têm efeitos devastadores, incluindo infecções persistentes e várias complicações médicas. Nos Estados Unidos, 1,7 milhão de pessoas adquirem infecções hospitalares desse tipo por ano, com mortalidade de um para cada 17 casos. Em números gerais, 7% dos pacientes internados em hospitais podem vir a desenvolver uma infecção por biofilme. Em países pobres, esse número chega a 10%.
No contexto industrial, biofilmes entopem linhas de água, válvulas, filtros, tubulações e fendas, causando prejuízos anuais de bilhões de dólares nas indústrias marítima e química, bem como em plantas de dessalinização.
Amauri Jardim de Paula
Departamento de Física,
Universidade Federal do Ceará