Rumo à sustentabilidade

A consolidação de sistemas sustentáveis vem sendo gradualmente reconhecida, no Brasil e no mundo, como a grande promessa na produção de alimentos de forma responsável. Onde estão esses produtores e qual a real parcela desses sistemas se comparados aos convencionais? Dados de sensoriamento remoto, big data e machine learning permitem mapear e criar um protocolo de monitoramento contínuo desse modelo de produção? E as respostas já começam a aparecer para o estado do Mato Grosso.

CRÉDITO: FOTO ADOBE STOCK

A organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO) vem alertando para um ciclo global de impactos e conflitos socioambientais em torno de recursos para a agricultura com significativa pressão sobre ecossistemas locais e em meios de subsistência de populações tradicionais. Esse cenário se acentua considerando a estimativa do aumento crescente da população mundial, forte taxa de urbanização dos países em desenvolvimento e a competição desses recursos agrícolas para a produção de biocombustíveis.

Hoje, estima-se que um terço da superfície agrícola mundial já esteja em estágio médio ou avançado de degradação. Pouco surpreenderia se relacionarmos esse contexto à realidade da cadeia produtiva agropecuária no Brasil. Porém, uma análise mais cuidadosa, revela que, considerando a sua enorme diversidade regional, o país apresenta diversas e diferentes realidades rurais.

O Brasil convive com uma ativa fronteira agrícola, onde ininterruptamente frentes pioneiras convertem consideráveis porções do território nacional em novas áreas de produção. Ao mesmo tempo, em outras regiões, se observa um processo de consolidação da agricultura, intensificação do uso do solo, diminuição do desmatamento e estabilização da paisagem rural  – em muitos casos, com tecnologias de produção sustentável que vêm consolidando o protagonismo do país na proposição de soluções viáveis para a coexistência entre produção e conservação.

Patrick Kuchler
Programa de Pós-graduação em Meio Ambientais (PPGMA),
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Departamento de Geografia – FEBF
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

 

Margareth Simões
Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária – Embrapa Solos
Programa de Pós-graduação em Meio Ambientais (PPGMA),
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

 

Rodrigo Peçanha Demonte Ferraz
Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária – Embrapa Solos