Na coluna ‘Cultura Oceânica’, o texto A poupança da natureza aborda a importância das Unidades de Conservação (UCs) em ambientes marinhos para a sustentabilidade. Ao exemplificar duas UCs de grupos de manejo distintos, o texto possibilita o aprofundamento de conceitos sobre unidades de conservação para a compreensão desta estratégia de preservação/conservação contextualizando debates que perpassam as disciplinas biologia e geografia.

Após a leitura orientada do texto com os estudantes, busca-se compreender a importância das UCs como estratégia de conservação e, sobretudo, a relevância do litoral brasileiro e sua sociobiodiversidade. Em seguida, sugere-se a divisão da turma em dois grupos para pesquisa em sites (indicações a seguir) sobre aspectos das UCs mencionadas e posterior apresentação do resultado encontrado à turma. Dentro de cada grupo, pode-se subdividir estudantes para uma análise mais aprofundada dos seguintes aspectos:

• influência de fatores abióticos na biodiversidade;
• objetivos de manejo da UC (conservação e recuperação, pesquisa, reintrodução de espécies etc.);
• relação com a sociedade (atividades desenvolvidas na área e seus impactos positivos ou negativos);
• impactos ambientais (locais e globais);
• presença de espécies endêmicas e/ou em algum grau de risco de extinção e sua importância ecológica.

A partir da pesquisa e da apresentação de cada grupo sugere-se a condução do debate para identificar as diferenças entre os tipos de UCs, mostrando o porquê do enquadramento de cada área em um grupo e uma categoria distinta do SNUC. Nesse debate, a partir de perguntas, pode-se discutir conceitos de produtividade primária, importância de determinados grupos de organismos – como berçário de espécies –, diferença entre serviços ambientais e serviços ecossistêmicos, aspectos do clima e relevo, influência das populações humanas sobre áreas de preservação, estoque pesqueiro e outras atividades econômicas, além da função social da UC. Desta forma, os estudantes poderão compreender como os aspectos biológicos e geográficos estudados em cada UC expressam o enquadramento das unidades no grupo de UCs definidas no SNUC e suas respectivas categorias de manejo.

A atividade proposta fortalece o entendimento das UCs como estratégia essencial de conservação e recuperação da biodiversidade, bem como o papel do ser humano nesse manejo. A partir destas avaliações e de dados sobre as áreas de cobertura das unidades de conservação da costa brasileira, reflexões acerca de sua efetividade (representatividade ecológica e a conectividade dos remanescentes) podem gerar um interessante debate: “As UCs estão cumprindo seus objetivos de preservação/conservação? Isso é suficiente?”