Diáspora de cientistas brasileiros

GEOGRAFIA

CONEXÃO CIÊNCIA E SAÚDE
Diáspora de cientistas brasileiros

Quais são as razões que levam cientistas a deixarem o Brasil para darem continuidade a suas pesquisas em outros países? Estamos falando de pessoas altamente qualificadas que dedicaram, em média, 12 anos de estudos, para se tornarem especialistas e referências na produção de conhecimento em suas áreas. O artigo “Diáspora de cientistas brasileiros”, publicado na coluna “Conexão Ciência e Saúde” de CH 415, nos ajuda a compreender de que forma o fenômeno popularmente chamado de “fuga de cérebros” é consequência da ausência de investimentos e de políticas públicas – como de seguridade social voltada para estudantes de pós-graduação – que tem impactado o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.

Possibilidades de abordagem:

  • Compreender a categoria diáspora e como ela pode ser pensada no contexto da migração forçada de cientistas brasileiros;
  • Analisar como a diáspora de cientistas, popularmente conhecida como “fuga de cérebros”, tem impactado na produção e difusão de conhecimento, especialmente quando observamos as relações entre o norte e sul global;
  • Identificar os principais fatores que levam cientistas brasileiros a saírem do país;
  • Propor estratégias e políticas públicas que contribuam para a permanência destas/es pesquisadores em nosso país.

Proposta de atividade:

Esta proposta pedagógica pode ser realizada em uma sequência didática de quatro tempos de 50 minutos, organizada em dois momentos. Para realização do primeiro momento da atividade, em sala, sugere-se que o/a professor/a elabore previamente um estudo dirigido sobre o artigo “Diáspora de cientistas brasileiros”, publicado em CH 415, com perguntas que colaborem para a compreensão do texto pelos/as estudantes. 

No primeiro momento da atividade – com duração de até dois tempos de aula – a turma pode ser organizada em grupos para que realizem o estudo dirigido. Após a leitura do texto e realização da atividade pelos estudantes, cabe a realização de uma roda de conversa em que os grupos apresentem os pontos que mais chamaram a atenção. 

Neste momento, o/a professor/a pode mediar o debate apresentando e desenvolvendo alguns dos objetivos indicados na seção anterior. Nesse sentido, é interessante indagar os/as estudantes sobre as seguintes questões: 

Quais são os fatores que repelem pesquisadoras/es do Brasil; 2) Quais são os fatores que atraem pesquisadoras/es para outros países; 3) Quais são os requisitos necessários para um/a pesquisador/a migrar para outro país; 4) Quais são os impactos da falta de investimentos em ciência e tecnologia para cientistas em formação. 

Sugerimos na seção “Explore+” alguns materiais que podem contribuir para o desenvolvimento das questões indicadas anteriormente. 

Ao término deste primeiro momento, reorganize a turma em cinco grupos: a) pesquisadoras/es defensores da diáspora científica; b) pesquisadoras/es críticos à diáspora científica; c) representantes do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e d) representantes das associações de docentes e de estudantes de pós-graduação. 

Cada um destes grupos ficará responsável por representar os interesses do ator que representa no segundo momento da atividade – uma simulação de uma mesa de negociações. Para tal, as/os estudantes devem se preparar e organizar uma listagem de reivindicações, considerações e proposições sobre a diáspora científica no Brasil. Sugere-se que o/a professor/a da turma organize um documento indicando algumas regras e boas práticas para o desenvolvimento da mesa de negociações.

No segundo momento da atividade, organize a sala de maneira que todos/as os/as estudantes possam ver uns aos outros. O/a professor/a será o mediador da mesa de negociações, organizada em rodadas onde cada grupo terá um tempo pré-estabelecido para apresentar seus argumentos. O objetivo da atividade é elaborar estratégias e indicativos de políticas públicas que visem a melhorar as condições de trabalho de cientistas brasileiros/as e garantir que possam escolher se querem permanecer no Brasil ou migrar para outro país.

Recursos utilizados:

  • Versão impressa ou disponibilizada digital do texto “Diáspora de cientistas brasileiros”, publicado em CH 415; 
  • Acesso à internet para consultar os materiais indicados no box “Explore+”.

Explore+

Como o Brasil está perdendo seus gênios – e por que isso pode não ser tão ruim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RnKvR9KEAZI 

Brasil vê fuga de cientistas por falta de investimentos | CNN PRIME TIME. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2jI91UlaDV4     

Após recorde de fuga de cérebros, Brasil precisa voltar a atrair profissionais.  Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/apos-recorde-de-fuga-de-cerebros-brasil-precisa-voltar-a-atrair-profissionais/ 

 O outro lado da fuga de cérebros. Disponível em: https://www.sciencearena.org/entrevistas/o-outro-lado-da-fuga-de-cerebros/  

Diáspora brasileira de ciência, tecnologia e inovação: panorama, iniciativas auto-organizadas e políticas de engajamento. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8658500 

Diáspora científica: estudo inédito revela perfil e sentimentos dos cientistas que deixaram o Brasil. Disponível em:  https://exame.com/tecnologia/diaspora-cientifica-estudo-inedito-revela-perfil-e-sentimentos-dos-cientistas-que-deixaram-o-brasil/