Jogos africanos: ancestralidade e matemática

Jogos africanos:
ancestralidade e matemática

Muito além de novembro… O artigo “Jogos africanos: ancestralidade e matemática”, publicado na CH 404, mostra que os jogos de origem africana podem estar presentes em salas de aula durante todo o ano letivo e em diversos temas da matemática. É comum que atividades envolvendo a história e a cultura afro-brasileira ocupem o calendário escolar durante o mês de novembro como forma de tentar atender a Lei nº 10639/03. A cultura e a ciência provenientes da África, que vêm de muito antes, merecem um espaço que se justifica não só pela ancestralidade, mas também pela relação das práticas matemáticas, que se dão nos diferentes contextos contemporâneos, com os saberes produzidos pelos povos africanos. Mas, afinal, “onde é que tá a matemática, onde é que tá?”

Possibilidades de abordagem:

  • Investigar artefatos de origem africana nos quais podem ser identificados elementos matemáticos ou práticas matemáticas;
  • Utilizar jogos africanos no ensino de matemática abordando temas aritméticos, algébricos ou geométricos;
  • Debater sobre a construção do conhecimento matemático a partir de referências não eurocêntricas.

Proposta de atividade:

Esta proposta é indicada para quaisquer turmas do Ensino Médio, pois as possibilidades de ação são diversas. Recomenda-se que a aula seja iniciada com a apresentação aos estudantes da música Babá Alapalá, de Gilberto Gil, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cXOe-aGxaSY .

Em seguida, leia com a turma a primeira seção do artigo “Jogos africanos: ancestralidade e matemática”, publicado na CH 404, que destaca estrofes da música e contextualiza brevemente a questão racial no Brasil. Após a leitura, apresente um jogo africano que melhor se adapte aos temas matemáticos já vistos pelos estudantes da turma. Recomendamos que seja um jogo pertencente a uma das três classes apresentadas no artigo: Jogos de Semeadura, Jogos de Corrida ou Jogos de captura por salto. Para construir o jogo escolhido, existem alguns tutoriais que podem ser facilmente encontrados em sites de busca. Se possível, realize a construção dos mesmos em oficinas com os próprios estudantes.

Após apresentar as regras e jogar com os estudantes, retome o texto do artigo lendo a seção referente ao tipo de jogo africano escolhido. Todas as três seções trazem elementos que indicam os contextos e as ideias por trás dos jogos, além de citar temas matemáticos que podem se relacionar com as dinâmicas dos jogos. Ao terminar a leitura da seção, proponha um debate a partir da seguinte pergunta: “onde é que tá a matemática, onde é que tá?”. Tal pergunta utiliza propositalmente a mesma construção de versos presentes na música indicada no início desta dica.

É desejável que os estudantes apresentem aspectos matemáticos do jogo, sem perder de vista elementos ancestrais e conhecimentos que vão além de estratégias e regras do jogo, como por exemplo o que está destacado no trecho sobre a Mancala: “há uma filosofia de deixar o adversário com, pelo menos, uma semente para, mesmo perdendo, ainda assim poder semear”.

Por fim, indique como tarefa domiciliar que assistam o vídeo do espetáculo MatemÁfrica – O Voo calculado da Sankofa, produzido pelo Grupo Aya-Sankofa de Estudos Decoloniais e Afrocentrados em Educação Matemática da UFPE, disponível no link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=MyxGEgV9Ct8&t=572s.

Em conjunto com professores de Artes, História ou Língua Portuguesa, proponha uma tarefa de produção textual sobre o tema, destacando as questões étnico-raciais presentes no vídeo, a ser entregue na próxima aula.

Recursos utilizados:

  • Texto do artigo “Jogos africanos: ancestralidade e matemática”, publicado na CH 404, impresso ou disponibilizado digitalmente;
  • Material para construção do jogo africano escolhido. Dê preferência a utilizar materiais recicláveis e reaproveitáveis.
  • Projetor, computador e caixas de som para reprodução do clipe da música Babá Alapalá, de Gilberto Gil, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cXOe-aGxaSY.

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