Quem matou quem? Onde? Com que arma? A clássica brincadeira de detetive ganhou novas formas no jogo Célula Adentro. Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveram um jogo ao mesmo tempo lúdico e didático com o objetivo de, por meio da diversão, despertar nos alunos o gosto pela biologia celular.

Célula Adentro é um jogo de tabuleiro, em que os participantes precisam desvendar um mistério. Dentre as casas do tabuleiro, há 10 estruturas celulares onde se encontram as pistas. No total, são cinco casos diferentes a serem resolvidos, que envolvem conceitos de biologia comuns ao currículo de ensino médio e superior, como membrana plasmática, citoesqueleto, evolução celular e desenvolvimento embrionário.

A ideia do projeto surgiu há 10 anos quando os biólogos Carolina Spiegel e Gutemberg Alves – atualmente professores do Instituto de Biologia da UFF – ainda cursavam o mestrado. Eles se uniram a educadores e pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz para criar uma estratégia que pudesse resgatar o prazer da descoberta e do aprendizado.

Após análises da aceitação do jogo entre os alunos, os pesquisadores sugeriram um formato cooperativo para a brincadeira. Todos vencem ou perdem juntos. Cada dupla tem 30 minutos para coletar as pistas e, ao final, os alunos trocam informações sobre o que conseguiram. A intenção é que consigam interpretar e relacionar as pistas para desvendar o caso e entender a razão daquele fenômeno biológico.

O jogo é baseado em uma metodologia ativa de aprendizagem naqual o aluno deve buscar as informações para construir o conhecimento

“Observamos que, jogando de forma cooperativa ou competitiva, o resultado era o mesmo tanto em relação à aprendizagem quanto à aceitação do jogo pelos alunos. Ao contrário das atividades de perguntas e respostas, que exigem conhecimento prévio, no Célula Adentro a turma vai aprendendo ao longo do jogo”, conta Spiegel.

O Célula Adentro é baseado em uma metodologia ativa de aprendizagem na qual o aluno deve buscar as informações para construir o conhecimento. O professor desempenha um papel fundamental antes, durante e após a partida.

No último mês de setembro, 200 protótipos do jogo foram produzidos com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e enviados para escolas selecionadas. O jogo também está disponível gratuitamente para impressão na internet.

Após essa primeira experiência, Spiegel e seus colaboradores já estão desenvolvendo um novo jogo para estudantes do ensino fundamental, cujo tema será a obesidade.

Pedro de Figueiredo
Ciência Hoje/RJ

Texto originalmente publicado na CH 276 (novembro/2010).

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