A chamada maresia caracteriza-se pela grande quantidade de íons cloretos presentes na atmosfera marinha. A mistura desses íons com a umidade e os demais componentes da água do mar (sais de magnésio, sais de cálcio, bioorganismos etc.), quando carregada pelos ventos ou pela impulsão provocada pela própria arrebentação, interage com os materiais expostos na orla de diversas maneiras.
Sobre os metais, a maresia age desfavoravelmente: nas esquadrias de alumínio, aparecem pontos de ataque, com o surgimento de uma oxidação branca em alguns casos, que indica um desgaste localizado; nos aços e ligas de ferro, em geral, o ataque é muito mais severo, ocorrendo ferrugens frágeis, que podem ser destacadas com pequeno esforço manual. A maresia ataca ainda a composição química do concreto, tornando-o mais poroso e condutor. Assim, as ferragens interiores são igualmente atingidas e enferrujam, aumentando de volume. Isso faz com que partes do reboco se despreguem, podendo provocar acidentes.
As madeiras aglomeradas (compensados) podem sofrer ataques de microrganismos e apodrecer. Já as madeiras de boa qualidade, como o pinho-de-riga e a maçaranduba, não são afetadas pela maresia. Papéis, borrachas, plásticos e materiais sintéticos também não sofrem corrosão marinha. No entanto, a umidade elevada dos ambientes sujeitos a sua ação causa a deterioração acentuada, e às vezes rápida, das superfícies coladas (tapetes, papéis de parede, junções de piso etc.).
Para combater o problema a alternativa é optar pelo uso de madeiras, pelo menos nos caixilhos de janelas, portas e acabamentos em geral, além de fazer a manutenção periódica das estruturas para não precisar arcar com custos astronômicos de recuperação de ferrugens, infiltrações etc.