As características físicas, morfológicas e fisiológicas observáveis de um organismo, como a cor dos olhos, a altura e até aspectos comportamentais – que resultam da combinação entre os genes (genótipo) e o ambiente em que esse organismo vive –, são conhecidas em biologia como ‘fenótipo’. Uma pessoa, por exemplo, pode ter genes para ser alta, mas, se não se alimentar bem durante a infância, pode acabar com uma altura menor.
Novas características, geralmente, surgem nas espécies como resposta à ocupação de novos ambientes. Um exemplo são as baleias e os golfinhos: seus ancestrais viviam em terra firme e tinham patas, mas, com o passar de milhares de anos e várias mudanças genéticas depois, suas patas foram substituídas por nadadeiras, que os ajudaram a se adaptar ao novo ambiente aquático.
O chamado fenótipo serpentiforme (em forma de serpente) se refere a um tipo de corpo que lembra o das serpentes: é alongado, cilíndrico e sem patas (ou com patas pequenininhas). Esse fenótipo apareceu várias vezes de modo independente em diferentes grupos de vertebrados, tanto em répteis como em anfíbios.
Tais características permitiram que esses animais ocupassem quase todos os tipos de ambientes terrestres e que se movessem por lugares estreitos e complexos, podendo viver em desertos de areia (dunas), rios, mares e até debaixo do solo. Esse formato tem, inclusive, inspirado inovações importantes em engenharia e robótica, como robôs que rastejam entre escombros, em dutos e outros ambientes de difícil acesso.