Como a tartaruga-verde saiu da lista de espécies ameaçadas de extinção?

Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio)
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CRÉDITO: FOTO LISANDRO ALMEIDA

A tartaruga-verde (Chelonia mydas) pode ser considerada um símbolo do avanço da conservação marinha. É a espécie de tartaruga marinha mais frequentemente encontrada no litoral brasileiro, principalmente em sua fase de vida juvenil. Esses animais apresentam ampla distribuição em ambientes costeiros e se alimentam em estuários, lagunas e outras áreas ricas em algas. No Brasil, as desovas dessa espécie se concentram nas ilhas oceânicas de Trindade (ES), Atol das Rocas (RN) e Fernando de Noronha (PE), todas protegidas por Unidades de Conservação.

A tartaruga-verde esteve na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil por décadas, devido principalmente às ameaças humanas como abate de fêmeas em áreas de reprodução nas praias, coleta de ovos e captura em redes de pesca, práticas que foram proibidas na década de 1970. Atualmente, o maior desafio para a preservação dessa espécie é a captura incidental (não intencional) em praticamente todas as pescarias costeiras do Brasil, impactando principalmente os indivíduos jovens.

Outros fatores que afetam negativamente as populações de tartarugas marinhas incluem a ocupação desordenada do ambiente costeiro, a poluição luminosa ou fotopoluição e a poluição por resíduos sólidos, como o plástico, e químicos, como os derramamentos de petróleo e gás, cujas atividades de exploração, somadas às atividades portuárias, trazem impactos significativos a todas as espécies de tartarugas marinhas.

Apesar do declínio populacional ocorrido no passado, desde a década de 1980, iniciativas de conservação têm promovido uma recuperação gradual dessas populações. Dados recentes indicam uma estabilidade ou aumento das populações das Chelonias mydas nas áreas de desova e sinais de crescimento no número de tartarugas jovens ao longo da costa brasileira.

Por essas razões, na última oficina de avaliação do estado de conservação das cinco espécies de tartarugas marinhas, coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a tartaruga-verde passou do status de Vulnerável para o status de Quase Ameaçada (da sigla em inglês NT-Near Threatened), com destaque para a importância contínua das medidas de conservação.

Em 2022, o Ministério do Meio Ambiente publicou a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA 300) atualizando o status de conservação da tartaruga-verde. Ela saiu oficialmente da lista de ameaçadas, mas a continuidade de ações de conservação é crucial para garantir que futuras gerações possam conhecer e admirar esses animais em seus habitats naturais.

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