Novo aliado contra a leishmaniose

Mais de 350 milhões de pessoas no planeta vivem em regiões sob o risco de contaminação por leishmaniose, doença que, em sua forma mais grave, pode ser fatal. Por afetar principalmente populações em vulnerabilidade de países pobres, são escassos os investimentos no controle e em tratamentos dessa enfermidade provocada pela picada de um inseto. A boa notícia é que cientistas desenvolveram um medicamento mais acessível e com menos efeitos colaterais, que está disponível no Brasil pelo Sistema Único de Saúde, a miltefosina.

CRÉDITO: WIKIMEDIA COMMONS


Transmitida pela fêmea do inseto flebotomíneo, essa doença acomete principalmente as populações que vivem países em desenvolvimento, que geograficamente ocupam a região tropical do globo terrestre

Botão do Oriente, Botão do Nilo, Úlcera de Jericó, Febre de Dumdum. As leishmanioses foram chamadas por muitos nomes, em diferentes países, ao longo do tempo até a ciência descobrir, na virada dos séculos 19 e 20, que esse grupo de doenças infecciosas tem como causa protozoários parasitas do gênero Leishmania.

E por que falamos de leishmanioses no plural? Porque suas manifestações são muito diferentes entre si. A leishmaniose cutânea é a forma mais comum da doença e se caracteriza inicialmente por feridas e vermelhidão na pele, podendo progressivamente ocasionar inchaço, caroços e terminar como úlceras (com bordas elevadas e centro achatado). Na maioria dos casos, essas feridas são indolores.

A leishmaniose mucocutânea, por sua vez, pode ser uma forma secundária da cutânea, pois há uma progressão desse parasito para tecidos mucosos através do sangue e do sistema linfático, levando a infecções na mucosa do nariz e da boca.

Por fim, a leishmaniose visceral é a forma mais grave. Provoca sintomas que variam desde perda de peso, febre, fraqueza, anemia, podendo inclusive evoluir para uma fase crônica, que atinge diversos órgãos e sistemas. Essa disseminação quando atinge o fígado, causa um aumento do tamanho do órgão, que se não tratado pode levar à morte.

Existem cerca de 20 espécies conhecidas dos parasitas do gênero Leishmania,  sendo 12 causadoras da doença em humanos e oitos em outros animais. Dentre essas, se destacam a Leishmania braziliensis, a L. guyanensis e a L. amazonensis, que causam as leishmanioses cutâneas e mucocutânea. Também existem as espécies L. donovani e L. chagasi que podem causar leishmaniose visceral.

Mariana Luiza Silva
Marcelle de Lima Ferreira Bispo
Laboratório de Síntese de Moléculas Medicinais
Universidade Estadual de Londrina (PR)

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