Os riscos de uma possível falta d’água são elevados, pois apenas 2,7% do total de água existente na Terra corresponde à água doce. Desse total, 76,6% encontram-se sob forma de gelo acumulado nas calotas polares e nas altas montanhas. Portanto, somente uma pequena parte (menos de 1%) de toda a água existente em nosso planeta está disponível para o consumo humano. Devido à intensificação dos processos de degradação dos corpos d’água pela ação do homem, grande parte da água doce disponível está seriamente contaminada, principalmente os corpos próximos às cidades. Por isso, acredita-se que a crise da água será uma das grandes questões do século 21.
Porém, essa crise ainda pode ser evitada. A primeira medida é cessar o despejo de esgotos não-tratados e de outros contaminantes nos corpos d’água. Deve-se também alterar o gerenciamento desses corpos e, principalmente, de suas bacias de drenagem. Na Europa, têm sido observados exemplos positivos no gerenciamento e manejo de importantes bacias e rios multinacionais, altamente poluídos, como as bacias dos rios Danúbio e Pó, situadas justamente nos países que, naquele continente, seriam os mais afetados por uma possível crise da água. A multinacionalidade dos grandes corpos d’água europeus, aliada ao fato de a água ser um recurso natural estratégico para qualquer país, pode, em um futuro próximo, desencadear um guerra mundial.