A niclosamida atua de dois modos principais: como moluscicida, ou seja, matando os caramujos na água, e como cestoicida, a saber, eliminando os cestóides – vermes que parasitam o homem e os animais. Além de apresentar um bom resultado terapêutico, essa substância química é muito bem tolerada pelos seres humanos, os quais, se infectados por Taenia solium ou por Taenia saginata, ambas conhecidas como solitárias, podem ingerir até dois gramas da droga, sem praticamente sofrer efeitos colaterais. Aplicada em grandes doses nos animais de laboratório, a niclosamida também foi bem tolerada, mostrando ser pouco tóxica.
Por outro lado, sua atuação sobre a cadeia respiratória tanto dos caramujos hospedeiros do vetor da esquistossomose como dos peixes provoca asfixia e, conseqüentemente, a morte desses animais. Expostos à substância, os peixes saltam da água em busca de oxigênio e os moluscos se retraem dentro das conchas, causando o extravasamento da hemolinfa, resultado das concentrações letais, em moluscos e peixes, de 2ppm (partes por milhão = 2mg/l) de niclosamida.
Ciência Hoje 168, janeiro/fevereiro 2001
Naftale Katz
Laboratório de Esquistossomose,
Fiocruz de Minas Gerais
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