Faz tempo que o celular deixou de ser só um telefone. Graças a pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Fluminense (UFF) e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o aparelho também vai se tornar uma ferramenta para o diagnóstico da catarata, doença oftalmológica que mais causa cegueira no mundo.

Os cientistas trabalham no desenvolvimento do Catra, aplicativo para celulares do tipo smarthphone, que, usado junto com uma lente especial acoplada à tela do aparelho, detecta a doença em minutos, mesmo em seu estágio inicial.

Aplicativo Catra
No teste presente no aplicativo, o usuário deve se concentrar em um ponto verde que aparece na tela. (foto: Erick Passos)

O teste é simples. O usuário deve olhar através da lente e se concentrar em um ponto verde que aparece na tela. Se o ponto parecer borrado ou intermitente pode ser sinal da doença. A pessoa com visão sadia enxerga o ponto nitidamente, pois a luz emitida pela tela do celular não sofre desvios. No olho com a catarata, os raios de luz têm seu percurso alterado ao passar pelas lesões provocadas pela doença.

Para confirmar o diagnóstico, o ponto luminoso aparece mais de uma vez em diferentes posições na tela e o usuário deve responder aos comandos pedidos pelo programa pressionando certas teclas do celular. Ao final do exame, o aplicativo gera um mapa do olho que identifica o arranjo e o tamanho das possíveis lesões provocadas pela catarata.

“Uma das ideias é levar o diagnóstico para comunidades carentes e locais onde não há oftalmologistas disponíveis”, conta um dos criadores do dispositivo, Vitor Pamplona, doutorando de Ciências da Computação na UFRGS.

O aplicativo já pode ser baixado para o celular pela loja da Apple, mas a lente necessária para o exame ainda não é comercializada. Os pesquisadores já estão atrás de parcerias para criar uma empresa que venda o produto, que será bem mais barato do que os aparelhos tradicionalmente usados em consultórios médicos.

Veja um vídeo (em inglês) que mostra o funcionamento do Catra

Sofia Moutinho
Ciência Hoje/ RJ

Texto originalmente publicado na CH 284 (agosto de 2011).

Outros conteúdos desta edição

614_256 att-21904
614_256 att-21902
614_256 att-21898
614_256 att-21896
614_256 att-21894
614_256 att-21892
614_256 att-21890

Outros conteúdos nesta categoria

614_256 att-22975
614_256 att-22985
614_256 att-22993
614_256 att-22995
614_256 att-22987
614_256 att-22991
614_256 att-22989
614_256 att-22999
614_256 att-22983
614_256 att-22997
614_256 att-22963
614_256 att-22937
614_256 att-22931
614_256 att-22965
614_256 att-23039