A curiosidade impulsionou a humanidade a buscar conhecimentos para a solução de problemas práticos e imediatos, bem como a compreender o mundo e a natureza que nos cerca.

A observação dos movimentos celestes, dos ciclos das estações e do comportamento das chuvas e marés, por exemplo, levou, em um primeiro momento, à criação de mitos e lendas. Assim, estabeleceram-se religiões e filosofias. Depois, surgiu a busca racional pela descrição da natureza. Começava a gestação da ciência.

O desenvolvimento da ciência teve que percorrer longo caminho nestes últimos 2,5 mil anos. Os modelos da física, por exemplo, são baseados em princípios fundamentais de grande alcance, e, até onde sabemos, valem para todo o cosmos. Mais: para qualquer instante do tempo (passado, presente e futuro).

Mas esses modelos são representações de nosso mundo. As leis da física são ‘leituras’ que fazemos da natureza. Metaforicamente, é como se usássemos as pontas dos dedos – como na leitura em braille –, tateando a superfície do desconhecido e, aos poucos, decifrando os segredos do mundo.

A escrita em braille é feita sobre uma superfície, por meio de pequenas ‘saliências’. A leitura se dá com os dedos, que, ao percorrê-las, as percebem como palavras, frases etc. Portanto, o sentido da visão é descartado, mas o tato, treinado com sensibilidade, permite compreender a mensagem ali registrada.