No centro da resposta ao HIV, contra estigmas e preconceitos

Estagiária de jornalismo, Instituto Ciência Hoje*

Dos primeiros casos acompanhados na formação em medicina nos anos 1980 à linha de frente na pesquisa nacional, Beatriz Grinsztejn luta para ampliar prevenção e tratamento do vírus e da doença no SUS

CRÉDITO: FOTO ACERVO PESSOAL

Durante o curso de medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1985, Beatriz Grinsztejn viu de perto os primeiros casos de pessoas vivendo com HIV na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. A experiência tão próxima da epidemia que começou a afetar o Brasil e o mundo naquela década marcou a futura médica, que decidiu seguir carreira na pesquisa e no enfrentamento ao HIV. Quarenta anos depois, ainda firme nessa luta, Beatriz tornou-se em 2024 a primeira mulher latino-americana a presidir a Sociedade Internacional de Aids (IAS), organismo que reúne profissionais do mundo todo na resposta ao HIV. Reconhecida como uma das cientistas mais importantes na área, Beatriz coloca em foco a força do Brasil e da América Latina no enfrentamento do vírus.

“A América Latina normalmente é deixada para trás, mas temos muito a contribuir. É uma grande oportunidade ter uma mulher num papel em que é possível inserir nossa região ativamente na pauta internacional”, afirma Beatriz, que conta com outro feito inédito em sua presidência na IAS: a 26ª Conferência Internacional de Aids, prevista para julho de 2026, ocorrerá pela primeira vez na América do Sul, na cidade do Rio de Janeiro. 

As conquistas não vieram por acaso. Como pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz (INI/Fiocruz), Beatriz participou ativamente dos grandes marcos científicos na luta contra o HIV e outras doenças infectocontagiosas no Brasil. Contratada após finalizar a residência médica na UFF, em 1988, recebeu a tarefa de montar um serviço de tratamento e assistência a pessoas vivendo com HIV no Hospital Evandro Chagas, como era chamado à época o INI/Fiocruz. O desafio ainda incluía produzir estudos e material de ensino nessa área, em conjunto com outros pesquisadores. 

“O Rio de Janeiro carecia imensamente de serviços que pudessem fazer isso, numa epidemia que estava explodindo”, lembra ela, hoje também chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids e diretora da Unidade de Pesquisa Clínica em HIV/Aids do INI/Fiocruz.

“A América Latina normalmente é deixada para trás, mas temos muito a contribuir. É uma grande oportunidade ter uma mulher num papel em que é possível inserir nossa região ativamente na pauta internacional”

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