O Brasil na Segunda Guerra

Departamento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Universidade do Estado de Minas Gerais

Durante o período ditatorial do Estado Novo (1937-1945), o então presidente Getúlio Vargas (1882-1954) decidiu participar da Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados: Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos. O que teria levado o ditador brasileiro a apoiar países que adotavam a democracia liberal, modelo de governo bastante criticado por ele? É o que este artigo tenta responder.

CRÉDITO: DOMÍNIO PÚBLICO / ACERVO ARQUIVO NACIONAL

Pacto Molotov-Ribbentrop: ministro russo Viatcheslav Molotov assina acordo de não agressão. Ao fundo Stáling e à sua esquerda o ministro alemão Joachim von Ribbentrop. Pacto indicava a possibilidade real de conflito

CRÉDITO: REPRODUÇÃO/ US NATIONAL ARCHIVES

A série de conflitos, iniciada com a invasão alemã na Polônia em setembro de 1939, que se estendeu até agosto de 1945, em solo japonês, ficou conhecida como Segunda Guerra Mundial e registrou mais de 70 milhões de mortes em várias partes do mundo.

Ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as sanções e perdas de territórios foram definidas pelo Tratado de Versalhes. A Alemanha foi considerada a grande culpada pelo conflito, sofrendo várias penalidades e tendo inúmeras limitações para sua própria autonomia. Com imensas dificuldades, o país demorou em conseguir se estabilizar economicamente durante os anos 1920.

Nesse período, Adolf Hitler (1889-1945), um veterano da Primeira Guerra, passou a se destacar com um discurso que repercutia fortemente no Partido Alemão dos Trabalhadores, sendo extremamente crítico ao Tratado de Versalhes e às principais formas de se fazer política até então, tanto o liberalismo quanto o comunismo.

Após uma tentativa de iniciar um golpe de estado em Munique (Alemanha), Hitler foi preso e editou a obra Mein Kempf (Minha Luta) durante o período de confinamento, consolidando-se como a principal liderança do Partido Nacional-Socialista Alemão (PDSA ou Partido Nazista). Hitler ganhou projeção após a crise de 1929, quando conseguiu obter a maioria na Câmara e, quatro anos depois, tornou-se chanceler do governo alemão, ficando no poder até sua morte.

Na Europa, governos fascistas ganhavam espaço. Na Itália, desde 1922, Benito Mussolini (1883-1945) já era chefe de Estado, instituindo o fascismo como a principal ideologia política no país. Em Portugal, desde 1926, havia sido estabelecida uma ditadura, que seria consolidada em 1933, com uma nova Constituição e a implantação do Estado Novo (alusão direta à expressão Stato Nuovo, utilizada na Itália para se referir ao governo fascista). Na Espanha, após a Guerra Civil (1936-1939), foi implantada uma ditadura comandada pelo general Francisco Franco (1892-1975).

Por outro lado, havia também a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), agremiação originária da Revolução Russa de 1917 e que consolidara, no mapa político do período, o comunismo como uma forma de poder alternativa ao liberalismo. 

Quando se deflagrou a crise de 1929 (período de recessão econômica mundial que começou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em outubro daquele ano), as ideias comunistas, que já haviam se consolidado em vários partidos e agremiações pelo mundo, também ganharam força, uma vez que suas bases traziam respostas para os problemas indicados pelo sistema predominante e apresentavam alternativas aos governos autoritários que se estruturavam na Europa.

Com a consolidação desse cenário político bastante complexo e multifacetado, a Europa estabelecia-se novamente como palco de um novo conflito. O governo de Hitler, que conseguiu uma rápida recuperação econômica em seu país, tinha como um dos seus principais aspectos a expansão territorial e a concretização da teoria do Espaço Vital, na qual os nazistas reivindicavam o retorno das fronteiras do reino germânico no período anterior a 1914.

Com a consolidação desse cenário político bastante complexo e multifacetado, a Europa estabelecia-se novamente como palco de um novo conflito

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